Classificações do Bi-Rads

O método ACR BI-RADS serve para tornar padrão a interpretação dos resultados de mamografias e ultrassons da mama. Para isso, o radiologista deverá descrever alguns fatores, como o objetivo do exame, a composição da mama, os achados, a conclusão e as recomendações com base nos achados.

Para padronizar essa comunicação, o sistema de classificação BI-RADS foi implementado em exames de radiologia das mamas. Continue lendo este conteúdo para entender quais são as Classificações do BI-RADS.

Por que o BI-RADS foi feito?

Padronização é um procedimento importante na medicina, pois estrutura uma análise. Ela cria listas de verificação, que são listas de ações em ordem de prioridade; auxilia na criação de protocolos.

São listas de procedimentos obrigatórios em um tratamento, exame, consulta ou pesquisa; e, por fim, cria padrões de trabalho. É assim possível, por exemplo, que o relatório de um cardiologista de qualquer localização no mundo sirva como uma fonte de informações para qualquer outro cardiologista.

Com isso em mente, o padrão BI-RADS surgiu para exames de mamografia e outros exames de mamas.

Sistema de Laudos e Dados para a Imagem de Mama (BI-RADS), é um sistema de classificação para mamografia Laudos, tomosíntese, ressonância magnética e ultrassonografia de mamas.

Antes do desenvolvimento do BI-RADS, os exames de mamas eram laudados conforme a experiência e nos estilos de descrição de quem o realizou.

Como resultado, a falta de padronização permitiu que o mesmo resultado do exame fosse descrito de várias maneiras, dependendo do médico que o interpretasse. Essas ocorrências foram, sem dúvida, resultado de confusão entre os profissionais.

Em resposta à precisão de padronização dos resultados deste exame crucial na detecção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama, o BI-RADS foi feito. Como o resultado de inúmeras reuniões e conferências internacionais e é baseado em medicina com base em evidências.

E vale observar que, para acompanhar os avanços científicos no campo das neoplasias mamárias, o BI-RADS passa por atualizações frequentes por um grupo de especialistas e está em sua quinta edição, publicado em 2013.

BI-RADS 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6: o que significa essa classificação?

No final do exame de mama, o laudo inclui uma classificação com base nas respostas e tudo que foi descrito.

Essa conclusão determina o tipo de diagnóstico e sugere um curso de ação com base na categoria atribuída. Tudo é especificado pela classificação BI-RADS, que varia de 0 a 6, veja logo a seguir um resumo da classificação.

BI-RADS 0

Quando um exame é inconclusivo, ele é classificado como BIRADS 0. Ele não distingue entre benignidade e malignidade por si só, sendo assim, pode ser necessário realizar novas mamografias para melhorar a avaliação ou complementar com ultrassonografia.

O ideal é que os pacientes levem os seus exames anteriores. Isso ajuda na execução do exame e na criação do laudo, resultando em uma avaliação mais precisa

BI-RADS 1

Nesse caso, o exame foi normal e nenhuma anormalidade foi descoberta. O risco de câncer em uma categoria 1, é de 0%.

BI-RADS 2

Os exames são classificados como categoria 2 quando pequenas mudanças são observadas, porém, têm uma alta probabilidade de ser benigno. Alguns desses achados podem ser:

  • Cistos mamários simples;
  • Linfonodos intramamários;
  • Calcificações vasculares;
  • Lipomas;
  • Cicatrizes cirúrgicas;
  • Implantes de silicone.

BI-RADS 3

Exames com BI-RADS mudanças que devem ser acompanhadas porque não há certeza de benignidade e há uma pequena chance de progressão para câncer. O melhor período para fazer uma reavaliação é em seis meses.

Se for classificado como BI-RADS 3 mais uma vez, será preciso repetir o processo nos próximos 6 meses (1 ano após o primeiro). E se ainda ficar na categoria 3, deverá refazer o exame após um ano (2 anos após o primeiro).

Se a alteração continuar com as mesmas características, a classificação pode mudar para categoria 2. O risco de câncer dessa categoria 3 é de 2% dos casos.

BI-RADS 4

Os exames com uma categoria 4 têm alterações mais significativas e devem ser enviados para biópsia para uma melhor avaliação dessas alterações. A chance de câncer em nossos exames BI-RADS 4 varia de 2 a 95 por cento.

BI-RADS 5

Quando se detecta anormalidades com características típicas de câncer, o exame é classificado como BIRADS 5. No entanto, um diagnóstico de câncer só é feito através de biópsia quando o tipo de câncer é especificado.

É importante lembrar que 5 por cento dos casos com alterações semelhantes ao câncer não são câncer. As características mais distintivas nesses casos são:

  • Nódulos especulados;
  • Lesões com retração da pele;
  • Distorções da arquitetura da mama.

Na categoria 5, a probabilidade de câncer é maior que 95%. E todas as lesões devem ser biopsiadas.

BI-RADS 6

Essa classificação só é dada em casos em que um diagnóstico de câncer já foi feito e o paciente está sendo submetido a exames de acompanhamento, como após o início da quimioterapia.

Essa classificação só serve para confirmar ao médico assistente que a lesão descrita é a mesma que foi identificada e diagnosticada antes.

Por que BI-RADS é importante?

Após a adoção do sistema por outros países, incluindo Brasil, tornou-se mais fácil de identificar casos de riscos maiores para câncer de mama e outras doenças nas mamas. Dessa forma, a interpretação do teste tornou-se mais exata, exigindo adesão a uma estrutura e linguagem padrão.

Assim, não restou espaço para dúvidas e ambiguidades, qualificando as avaliações, diagnósticos e assistência prestada aos pacientes. O BI-RADS também estabelece uma estrutura básica para o laudo, que deve ter os seguintes elementos:

  • Um resumo da densidade da mama;
  • Descrição dos significados achados;
  • Avaliação final e recomendação da conduta a ser adotada.

Conclusão

A mamografia é um dos exames de rastreamento de câncer mais importantes e deve ser feito em todas as mulheres. O objetivo da classificação BI-RADS é determinar quão provável uma imagem de mamografia de ser cancerosa.

Ele não estima a taxa de crescimento ou tipo do tumor e não fornece recomendações de tratamento. Ele apenas afirma que “a chance de ter câncer, com base neste teste, é X por cento”.

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